Veja porque eles podem ajudar a prevenir doenças e a deixar a vida mais equilibrada
Com assuntos como alimentação saudável, sustentabilidade e consumo consciente em alta, vários setores da indústria vêm sendo questionados, inclusive o da beleza. A reflexão sobre quais componentes fazem parte de produtos que usamos diariamente e o impacto que eles têm sobre a saúde e o meio ambiente está gerando uma demanda cada vez maior pelos cosméticos naturais.
Para entender essas preocupações, basta fazer uma reflexão simples: conte quantos produtos diferentes você utiliza diariamente no seu corpo e, em seguida, imagine a quantidade de substâncias que isso significaria em um ano de uso. Não foi pouca coisa, certo? Justamente por estarmos expostos à utilização prolongada de determinados itens é que precisamos nos informar sobre o que colocamos em contato com a nossa saúde.
Quais são as diferenças entre os cosméticos naturais e os convencionais?
“Os cosméticos naturais possuem ingredientes mais seguros e saudáveis. Eles conseguem trazer o mesmo resultado que um produto convencional, mas sem o risco de alergias, acne cosmética e o contato com substâncias tóxicas ao organismo”, explica Patricia.
Além de fazerem mal ao ser humano, os componentes sintéticos também poluem o meio ambiente após serem eliminados pela água durante o banho ou, até mesmo, espalhados pelo ar no momento da aplicação. Outro ponto que precisa de atenção quando pensamos na natureza é a fabricação dos produtos. Para os naturais, em geral, a produção é feita de maneira sustentável, pensando em todo o ciclo da cadeia. Já os cosméticos tradicionais são compostos por diversas substâncias poluentes, muitas delas derivadas do petróleo.
Quais são os componentes nocivos à saúde?
Não são poucos os itens presentes em produtos de higiene e maquiagem que podem prejudicar a saúde. Conservantes, parabenos, fragrâncias e corantes sintéticos, alumínio e Oxibenzona são alguns dos comprovadamente alérgicos e, em alguns casos, cancerígenos.
“São feitos testes para medir a toxicidade desse tipo de material, porém, o problema é que esses estudos avaliam apenas os perigos na concentração das substâncias em um determinado produto – e nós não usamos apenas um cosmético que contém ingredientes nocivos. A acumulação deles no organismo aliada à mistura com outros componentes também pode ser muito prejudicial e, novamente, não é mensurada durante a avaliação”, explica Patricia Silveira.
Para verificar qual cosmético possui ou não esses elementos, é necessário ler o rótulo dos produtos. Como nem sempre é fácil decifrar todos os elementos citados na embalagem, a dica é começar olhando pelos que você já tem certeza que fazem mal à saúde e, se a dúvida bater, é necessário pesquisar o componente.
Dica:
Na hora de procurar saber mais sobre ingredientes, sites como o norte-americanos EWG e seu app podem ajudar. Eles possuem um banco de dados com informações sobre componentes variados e ainda trazem estudos relacionados às reações causadas por eles.
O que esses componentes fazem com organismo?
Algumas dessas substâncias podem gerar dermatite de contato, alergias, entupimento dos poros e um ressecamento excessivo da pele. A longo prazo, estudos indicam alterações no ciclo hormonal e uma possível relação com casos de câncer.
É necessário um período de adaptação para usar cosméticos naturais?
“Normalmente, o xampu e o desodorante são os produtos que levam mais tempo para adaptação. O xampu natural não tem o Lauril sulfato de sódio (que é irritante para a pele e poluente), o componente responsável por fazer espuma na hora da aplicação. Por isso, o usuário precisa familiarizar-se com uma textura um pouco mais densa durante a lavagem. Além disso, os fios também podem estranhar a alteração na fórmula e ficarem com um pouco de frizz durante o primeiro mês. Para o suor, cada corpo possui particularidades específicas, como a própria flora bacteriana na axila que é única para cada pessoa, e é necessário testar os desodorantes naturais que funcionam melhor para si.
Eu sempre digo aos meus pacientes para caso eles não se adaptarem a esses dois produtos, que não desanimem dos outros cosméticos”, explica a dermatologista com foco em beleza natural Luiza Archer, da clínica Nutrindo Ideais, no Rio de Janeiro.
A diferença entre as categorias:
Naturais: cosméticos que apresentam de 50% a 95% (varia de acordo com o selo que comprova a legitimidade do produto) de matéria-prima vinda da natureza. O restante da fórmula pode ser composta por materiais orgânicos ou sintéticos (desde que não sejam os produtos químicos proibidos, como parabenos e derivados do petróleo).
Orgânicos: itens desenvolvidos sem prejudicar a natureza e que precisam ter, pelo menos, 95% de matéria-prima comprovadamente orgânica. O restante dos ingredientes também precisam ser naturais, como água e material animal ou vegetal.
E os veganos?
Eles são produtos que não utilizam componentes de origem animal. Um cosmético vegano não é necessariamente natural, por isso é preciso ficar de olho no rótulo para entender o que está presente na sua formulação.
Leia o rótulo também para não ser enganada
Se é preciso observar os componentes dos produtos para não adquirir algo que possa prejudicar a sua saúde, também é necessário checá-los para ter certeza de que um cosmético que se diz natural realmente seja.
Existem empresas que se aproveitam da falta de legislação específica sobre a quantidade mínima de substâncias sintéticas que podem estar presentes nos cosméticos e classificam produtos como naturais quando, na verdade, eles não são. Essa prática é conhecida como greenwashing.
Homeoderm e os produtos naturais
A tendência do Homeoderm refere-se a um consumo mais consciente também durante a rotina de cuidados. Menos produtos e mais versões multifuncionais para diminuir o lixo gerado na cadeia de produção. Além disso, repensar como consumimos e, principalmente, o que consumimos e o impacto disso para a natureza. Uma vida mais consciente e equilibrada.
Fonte: boaforma.abril.com.br
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